Você sabia que mais de 80% dos casos de dengue no Brasil ocorrem em áreas urbanas?
O mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, encontrou nas cidades o ambiente perfeito para sua proliferação. Por que o mosquito da dengue é mais comum em áreas urbanas? A resposta está na combinação única de fatores que o ambiente urbano oferece: temperatura ideal, abundância de água parada e proximidade com humanos.
As características das cidades modernas criaram condições ideais para que o Aedes aegypti se multiplique rapidamente. Desde a infraestrutura urbana até os hábitos da população, diversos elementos contribuem para tornar as áreas urbanas verdadeiros paraísos para estes mosquitos. Neste artigo, você descobrirá os principais fatores que fazem das cidades o habitat preferido do mosquito da dengue e aprenderá como essa relação afeta diretamente sua vida e saúde.
Características do Aedes aegypti em Ambientes Urbanos
O Aedes aegypti desenvolveu características específicas que o tornaram um especialista em sobreviver nos centros urbanos. Vamos entender como esse mosquito se adaptou tão bem ao seu habitat nas cidades.
Adaptações ao ambiente urbano
O Aedes aegypti é um mosquito essencialmente doméstico, que vive próximo às pessoas em ambientes urbanos. Uma das adaptações mais notáveis é sua capacidade de voo, que permite alcançar diferentes alturas em edificações, embora normalmente não ultrapasse o quarto andar de forma natural.
O mosquito desenvolveu uma impressionante capacidade de adaptação ao longo do tempo, podendo agora se reproduzir até mesmo em água com matéria orgânica, diferente do seu comportamento original que exigia água limpa.
Preferências de habitat
Você encontrará o Aedes aegypti principalmente em:
- Áreas internas ou próximas a residências
- Estabelecimentos comerciais e escolas
- Regiões com alta densidade populacional
- Locais com baixa cobertura vegetal
A presença do mosquito é mais intensa em áreas urbanas com ocupação desordenada, onde as fêmeas encontram mais oportunidades para alimentação e reprodução. O verão é o período de maior infestação, devido à elevação da temperatura e intensificação das chuvas.
Comportamento alimentar
O padrão alimentar do Aedes aegypti é bastante específico. As fêmeas apresentam preferência por sangue humano como fonte de proteína. Seus horários de alimentação são principalmente no início da manhã e final da tarde, embora possam picar em outros momentos do dia quando encontram oportunidade.
Um aspecto interessante é que apenas as fêmeas se alimentam de sangue, necessário para o amadurecimento dos ovos. Uma única fêmea pode produzir de 60 a 120 ovos em cada ciclo reprodutivo e ter mais de três ciclos durante sua vida.
O mosquito desenvolveu uma característica que facilita suas picadas: sua saliva possui uma substância anestésica que torna a picada praticamente indolor. Isso contribui para seu sucesso como vetor, pois muitas vezes você nem percebe quando está sendo picado.
Fatores Urbanos que Favorecem a Proliferação
A urbanização acelerada no Brasil criou condições ideais para a proliferação do Aedes aegypti. Entre 2007 e 2050, estima-se que a população mundial aumentará de 6,7 para 9,2 bilhões, com 60% das pessoas vivendo em centros urbanos.
Densidade populacional
Em áreas com alta concentração populacional, o mosquito encontra mais oportunidades para se alimentar e reproduzir. A densidade demográfica é um fator fundamental para definir o padrão de transmissão da dengue, pois uma maior concentração de pessoas favorece o contato com o vetor.
Você pode observar esse impacto especialmente nas periferias das grandes cidades, onde há altíssima densidade de pessoas e poucas áreas verdes. Em 2022, o Brasil registrou 203 milhões de habitantes, um aumento significativo em relação aos 191 milhões em 2010.
Infraestrutura urbana
A infraestrutura precária das cidades brasileiras contribui diretamente para a proliferação do mosquito. Atualmente, 100 milhões de pessoas não têm rede de esgoto no país, e 35 milhões não têm acesso a água potável.
Quando você vive em áreas sem abastecimento regular de água, o armazenamento em recipientes grandes torna-se necessário. Na região Nordeste, mais de 75% dos locais de reprodução dos vetores surgem devido ao armazenamento precário de água.
Disponibilidade de criadouros
O Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) revelou dados preocupantes sobre os principais criadouros em áreas urbanas:
- 42% dos criadouros estão em depósitos de água para consumo humano
- 32% em depósitos móveis, fixos e naturais
- 25% em depósitos de lixo
A situação é agravada pela gestão inadequada de resíduos sólidos. Em muitas cidades, você encontra lixo acumulado nas ruas e terrenos baldios, criando ambientes propícios para a reprodução do mosquito. Além disso, o sistema produtivo industrial moderno gera grande quantidade de recipientes descartáveis que, quando descartados incorretamente, tornam-se potenciais criadouros.
Em regiões com infraestrutura urbana precária, os grandes reservatórios como caixas d’água, galões e tonéis são os criadouros mais produtivos do Aedes aegypti. Em alguns bairros suburbanos do Rio de Janeiro, estes grandes criadouros são responsáveis por quase 70% do total de mosquitos adultos.
Impacto da Urbanização na Distribuição do Mosquito
A expansão urbana está mudando drasticamente a distribuição do Aedes aegypti nas cidades brasileiras. Quando você observa o crescimento das áreas urbanas, percebe um padrão interessante: locais com expansão recente e desordenada, sem infraestrutura adequada, tornam-se pontos críticos para a proliferação do mosquito.
Mudanças no ambiente natural
O crescimento das cidades tem provocado alterações significativas no ambiente natural. Você pode notar isso especialmente nas cidades médias e grandes do Brasil, onde a expansão urbana avançou sobre fundos de vales e rios. Esta transformação criou bairros periféricos com alta densidade populacional e pouca área verde, oferecendo ao Aedes aegypti alvos fáceis para alimentação.
Criação de microclimas urbanos
As ilhas de calor urbano têm papel fundamental na distribuição do mosquito. Estas áreas caracterizam-se por:
- Alta temperatura superficial do solo
- Baixa umidade relativa do ar
- Reduzida cobertura vegetal
- Condições mais propícias para epidemias
Você encontra variações significativas de temperatura entre diferentes bairros da mesma cidade, criando microclimas distintos que afetam diretamente a proliferação do mosquito. Em algumas localidades, essa discrepância resulta em concentrações maiores de casos de dengue em áreas específicas.
Alterações no ciclo de vida
O ambiente urbano modificou significativamente o ciclo de vida do Aedes aegypti. Em condições ideais de temperatura e disponibilidade de alimentos, o desenvolvimento completo do mosquito, do ovo ao adulto, ocorre em apenas 7 a 10 dias.
Uma característica notável que você precisa conhecer é a resistência dos ovos do mosquito. Eles podem sobreviver por mais de um ano em condições secas, uma adaptação que permite ao Aedes aegypti se espalhar facilmente pelo ambiente urbano. As fêmeas desenvolveram um padrão de alimentação a cada 3-4 dias, aumentando as chances de transmissão de vírus.
O processo de urbanização também alterou os padrões de reprodução do mosquito. Quando uma espécie se adapta ao espaço urbano, você observa um aumento considerável no número de indivíduos. Este fenômeno cria uma reação em cadeia: as ilhas de calor favorecem a reprodução, as fêmeas encontram mais fontes de alimentação, e consequentemente, ocorre maior impacto epidemiológico.
Diferenças entre Áreas Urbanas e Rurais
Quando você compara áreas urbanas e rurais, encontra diferenças marcantes na presença do Aedes aegypti. Essas diferenças revelam por que as cidades se tornaram o ambiente preferencial deste mosquito.
Taxas de infestação
As estatísticas mostram um contraste significativo: 80% dos casos de dengue ocorrem em áreas urbanas. Em algumas cidades, você não encontrará nenhum registro de casos na zona rural. Este padrão está diretamente relacionado à preferência do Aedes aegypti por ambientes urbanos, onde ele encontra proteção contra predadores naturais.
Disponibilidade de recursos
A diferença na disponibilidade de recursos entre áreas urbanas e rurais é notável:
- Áreas urbanas oferecem mais criadouros artificiais
- Zonas rurais apresentam maior quantidade de predadores naturais
- Ambientes urbanos fornecem maior densidade de hospedeiros
- Áreas rurais têm maior cobertura vegetal natural
Em zonas rurais, aproximadamente 70% das propriedades enfrentam desafios com saneamento básico, mas a menor densidade populacional reduz as oportunidades de alimentação para o mosquito.
Padrões de transmissão
Os padrões de transmissão variam significativamente entre os dois ambientes. Em áreas urbanas, você encontra:
Característica | Área Urbana | Área Rural |
Densidade vetorial | Alta | Baixa |
Alcance de voo | 300m | Até 800m |
Criadouros predominantes | Artificiais | Naturais |
Uma fêmea grávida pode voar até 3 km em busca de locais adequados para deposição de ovos, mas nas cidades, essa dispersão é limitada pela alta disponibilidade de criadouros próximos.
Nas áreas rurais, você encontrará principalmente outras espécies de mosquitos, como o Aedes albopictus, que se adapta melhor ao ambiente silvestre. Este mosquito, embora possa transmitir o vírus da dengue em laboratório, ainda não foi confirmado como vetor natural no Brasil.
A distribuição do Aedes aegypti em áreas urbanas está fortemente relacionada a aspectos socioeconômicos e de infraestrutura. Em bairros com alta densidade populacional e baixa cobertura vegetal, você encontra os maiores índices de infestação, enquanto nas áreas rurais, a presença do mosquito geralmente está associada ao transporte acidental de ovos e larvas em recipientes domésticos.
Influência do Clima Urbano
O clima urbano tem um papel crucial na distribuição e proliferação do Aedes aegypti nas cidades brasileiras. As condições climáticas específicas das áreas urbanas criam um ambiente ideal para o desenvolvimento do mosquito.
Efeito ilha de calor
As ilhas de calor urbanas apresentam temperaturas significativamente mais altas que as áreas rurais vizinhas. Em São Paulo, por exemplo, você pode observar que o inverno de 2023 foi o mais quente desde 1961. Este fenômeno cria condições ideais para a reprodução do mosquito, especialmente em áreas com alta densidade populacional.
Os efeitos das ilhas de calor incluem:
- Aceleração do ciclo reprodutivo do mosquito
- Aumento na sobrevivência dos ovos
- Extensão do período de atividade do vetor
- Maior velocidade na digestão do sangue pelas fêmeas
Padrões de chuva
Você precisa entender como a chuva influencia diretamente a proliferação do Aedes aegypti. As infestações ocorrem principalmente durante os meses com maior índice pluviométrico. A associação entre dengue e chuva é mais expressiva do segundo ao quarto mês do ano.
Período | Impacto na proliferação |
Chuvoso | Alta produção de larvas |
Seco | Menor atividade vetorial |
Pós-chuva | Pico de casos (1-2 semanas) |
Temperatura e umidade
A temperatura média mensal acima de 22-24°C está fortemente associada com a abundância do Aedes aegypti. Em sua cidade, você pode notar que:
A temperatura ideal para o desenvolvimento larvário está entre 17 e 23°C. Com o aquecimento global, regiões anteriormente pouco propícias para o desenvolvimento do mosquito, como Santa Catarina, agora estão entre os estados com maior incidência de casos.
A umidade relativa do ar também desempenha um papel fundamental. Estudos mostram uma correlação de 79,5% entre a umidade e casos de arboviroses. Quando a umidade está acima de 70%, você observa um aumento significativo nos casos de dengue.
O fenômeno El Niño tem intensificado estas condições climáticas, criando períodos mais longos de calor intenso. Em algumas regiões, você encontra agora 20 a 30 dias de calor acima da média durante o verão, condições que favorecem a transmissão da dengue tanto pela maior atividade do mosquito quanto pela maior circulação de pessoas.
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Papel do Comportamento Humano
Os hábitos humanos são determinantes na proliferação do Aedes aegypti nas cidades brasileiras. Suas ações diárias podem criar ou eliminar oportunidades para o mosquito se reproduzir.
Hábitos domésticos
Suas rotinas domésticas têm impacto direto na presença do mosquito. 42% dos criadouros do Aedes aegypti estão em depósitos de água para consumo humano. A pesquisa mostra que você precisa dedicar pelo menos 10 minutos por semana para inspecionar sua residência em busca de possíveis focos do mosquito.
Para controlar efetivamente a proliferação, você deve verificar:
- Telhados e calhas entupidas
- Piscinas e reservatórios de água
- Vasos de plantas e pratos coletores
- Ralos e áreas de escoamento
Gestão de resíduos
A forma como você gerencia seus resíduos influencia diretamente nos casos de dengue. Um estudo revelou que para cada mil toneladas de lixo doméstico coletado, há uma redução de 0,032 casos de dengue. No caso específico de pneus, cada tonelada coletada pode reduzir 0,465 casos.
Tipo de Depósito | Percentual de Criadouros |
Água para consumo | 42% |
Depósitos móveis e fixos | 32% |
Lixo | 25% |
Práticas de armazenamento de água
Em locais sem fornecimento regular de água, você precisa ter cuidados especiais. Na região Nordeste, períodos de seca prolongada obrigam a população a armazenar água, e esses recipientes podem se tornar criadouros do mosquito.
Para um armazenamento seguro, você deve:
- Manter caixas d’água e outros reservatórios completamente vedados
- Limpar semanalmente os recipientes com água e sabão
- Usar telas em saídas de ladrão das caixas d’água
- Realizar manutenção regular em cisternas e tonéis
Em áreas com infraestrutura precária, os grandes reservatórios como caixas d’água, galões e tonéis são os criadouros mais produtivos do Aedes aegypti. Em algumas localidades do Rio de Janeiro, estes recipientes são responsáveis por 70% do total de mosquitos adultos.
O impacto do comportamento humano é tão significativo que, mesmo em locais com coleta regular de lixo, práticas inadequadas de armazenamento de água podem manter altos índices de infestação. Você pode interromper o ciclo de vida do mosquito com inspeções semanais, já que em condições favoráveis, o desenvolvimento completo do ovo ao adulto leva apenas 10 dias.
A participação ativa da comunidade é essencial, pois 42% dos criadouros estão em depósitos de água para consumo humano. Suas ações diárias, desde a forma como você descarta o lixo até como armazena água, são fundamentais para controlar a população do mosquito em áreas urbanas.
Estratégias de Controle em Áreas Urbanas
O controle efetivo do Aedes aegypti nas áreas urbanas requer uma abordagem integrada. Para proteger sua família e comunidade, você precisa conhecer as estratégias mais eficazes contra este mosquito que se adaptou tão bem ao ambiente urbano.
Medidas preventivas
As ações preventivas começam em sua casa. Dedique pelo menos 10 minutos por semana para inspecionar possíveis criadouros. Uma vistoria rápida pode interromper o ciclo de vida do mosquito, que leva apenas 7 a 10 dias para se completar.
Para um controle efetivo, você deve seguir estas medidas essenciais:
Ação Preventiva | Frequência Recomendada |
Limpeza de calhas e ralos | Semanal |
Troca de água de bebedouros | A cada 2 dias |
Vedação de caixas d’água | Verificação mensal |
Inspeção de plantas | Semanal |
Descarte correto de lixo | Diário |
Controle vetorial
O controle vetorial envolve diferentes metodologias, dependendo da fase de vida do mosquito. A vigilância entomológica realizada pelas equipes municipais utiliza três principais indicadores:
- Índice de Infestação Predial (IIP)
- Índice de Tipo de Recipientes (ITR)
- Índice de Breteau (IB)
Você encontra diferentes tecnologias sendo implementadas nas cidades brasileiras. O método Wolbachia, por exemplo, utiliza mosquitos com uma bactéria que impede a transmissão dos vírus. Em algumas áreas, a técnica do inseto estéril por irradiação tem mostrado resultados promissores.
Participação comunitária
A mobilização da sociedade é fundamental para controlar o Aedes aegypti. Em sua comunidade, você pode contribuir recebendo os agentes de saúde e participando ativamente das ações de controle. Mais de 70% dos criadouros estão dentro das residências.
Para fortalecer a participação comunitária, você pode:
- Organizar mutirões de limpeza
- Compartilhar informações com vizinhos
- Apoiar ações dos agentes de saúde
- Participar de reuniões comunitárias
O uso de repelentes e telas em portas e janelas complementa as ações preventivas. Em regiões com maior registro de casos, você deve redobrar estes cuidados. A vacinação, embora seja uma tecnologia importante, não substitui as medidas preventivas.
A participação popular no controle da dengue é especialmente importante em áreas urbanas, onde o mosquito se associa intimamente aos modos de vida. Estudos mostram que programas de controle têm maior sucesso quando há envolvimento ativo da comunidade.
Em caso de sintomas como febre, dor de cabeça, dores no corpo ou manchas na pele, você deve procurar imediatamente a Unidade Básica de Saúde mais próxima. Não faça automedicação, pois isso pode mascarar sintomas importantes para o diagnóstico correto.
O controle do Aedes aegypti exige um esforço conjunto entre poder público e população. Você pode fazer a diferença seguindo as orientações dos profissionais de saúde e mantendo sua casa livre de criadouros. A união de todos é essencial para reduzir os casos de dengue e outras arboviroses nas áreas urbanas.
Desafios da Prevenção nas Cidades
Prevenir a dengue nas cidades brasileiras enfrenta desafios cada vez mais complexos. Em um cenário onde mais de 80% da população vive em áreas urbanas, você encontra obstáculos que vão desde a resistência dos mosquitos aos inseticidas até a dificuldade de mobilizar comunidades inteiras.
Resistência a inseticidas
Um dos maiores desafios que você enfrenta no controle do Aedes aegypti é sua crescente resistência aos inseticidas. O uso contínuo desses produtos químicos tem selecionado populações de mosquitos cada vez mais resistentes. Em algumas regiões, você observa que:
Impacto da Resistência | Consequência |
Eficácia reduzida | Menor controle populacional |
Custo biológico | Alterações na reprodução |
Adaptação genética | Transmissão hereditária |
Tempo de resposta | Diminuição da efetividade |
A resistência aos inseticidas pode ser revertida, mas não de forma imediata. O monitoramento constante mostra que os mosquitos resistentes podem apresentar redução na fecundidade e fertilidade, embora isso não impeça sua proliferação em ambientes urbanos.
Complexidade do ambiente urbano
O ambiente urbano apresenta desafios únicos para o controle do Aedes aegypti. Em grandes e médias cidades, mais de 20% da população vive em áreas com infraestrutura precária, onde você encontra:
- Abastecimento irregular de água forçando armazenamento inadequado
- Coleta de lixo insuficiente gerando acúmulo de potenciais criadouros
- Áreas de difícil acesso para agentes de saúde
- Alta densidade populacional facilitando a transmissão
A complexidade aumenta quando você considera que 80% dos focos do mosquito estão nas residências. Em algumas áreas urbanas, o acesso dos agentes de saúde é limitado por questões de segurança, tanto em bairros mais abastados quanto nos mais pobres.
O desafio da infraestrutura urbana é agravado pela rápida urbanização. Você observa que as cidades, pressionadas pela demanda populacional, não conseguem oferecer condições satisfatórias de habitação e saneamento básico para todos os habitantes.
Mobilização social
A participação da comunidade é fundamental, mas apresenta desafios significativos. As intervenções são reconhecidamente difíceis de implementar, pois transcendem o setor saúde. Você precisa entender que:
O setor saúde, isoladamente, não consegue resolver a complexidade dos fatores que favorecem a proliferação do vetor. A mobilização efetiva requer:
- Articulação entre diferentes setores governamentais
- Envolvimento da sociedade civil organizada
- Participação ativa dos moradores
- Continuidade das ações preventivas
As estratégias pedagógicas e de comunicação muitas vezes se mostram inadequadas, resultando em baixa participação popular nas ações de controle. Em alguns municípios, você observa que o apoio institucional varia conforme a gestão, prejudicando a continuidade das ações.
O desafio da mobilização social é amplificado pela necessidade de mudanças comportamentais duradouras. Os resultados temporários das ações pontuais mostram que você precisa de estratégias mais efetivas para manter o engajamento comunitário a longo prazo.
A complexidade do ambiente urbano também afeta a eficácia das campanhas educativas. Em áreas com ocupação desordenada, onde vivem aproximadamente 20% dos habitantes, você encontra maior dificuldade para implementar ações preventivas devido à precariedade da infraestrutura e às questões sociais.
O controle químico, embora necessário em situações específicas, deve ser evitado como primeira opção. Você precisa saber que o “fumacê”, mesmo em condições ideais de aplicação, elimina no máximo 80% dos mosquitos presentes no momento da aplicação.
A supervisão das ações de controle também enfrenta desafios significativos. O planejamento do trabalho das equipes de controle de endemias requer monitoramento constante da produtividade e disponibilidade de materiais. Em muitos municípios, você encontra limitações legais para contratação de pessoal, levando à terceirização como solução alternativa.
A articulação entre diferentes atores sociais é essencial para realizar mutirões de limpeza e ações educativas efetivas. O sucesso no controle do mosquito transcende o setor de saúde, exigindo o envolvimento de toda a sociedade, incluindo empresas privadas e organizações civis.
Conclusão
A presença marcante do Aedes aegypti nas áreas urbanas brasileiras resulta de uma combinação complexa entre comportamento humano, infraestrutura e condições climáticas. Suas ações diárias podem determinar o sucesso ou fracasso no controle deste mosquito que se adaptou perfeitamente ao ambiente das cidades.
Os desafios são significativos: desde a resistência aos inseticidas até as dificuldades de mobilização social. Porém, você aprendeu que medidas simples, como dedicar 10 minutos semanais para inspeção de sua residência, podem fazer grande diferença no controle do vetor.
A realidade nas cidades brasileiras demonstra claramente:
- Maior concentração do mosquito em áreas urbanas densamente povoadas
- Influência direta do clima e da urbanização na proliferação
- Papel fundamental da participação comunitária no controle
- Necessidade de ações contínuas e integradas
O controle efetivo do Aedes aegypti depende da união entre poder público e população. Suas escolhas e ações cotidianas, somadas aos esforços coletivos da comunidade, são essenciais para reduzir os casos de dengue e outras arboviroses que afetam milhões de brasileiros anualmente.
FAQs
1. Por que a dengue é mais comum em áreas urbanas? A dengue é mais prevalente em áreas urbanas devido ao crescimento desordenado das cidades, que cria condições ideais para a proliferação do mosquito Aedes aegypti. A alta densidade populacional, infraestrutura precária e abundância de criadouros artificiais favorecem a reprodução e alimentação do mosquito.
2. Como o Aedes aegypti se adaptou tão bem ao ambiente urbano? O Aedes aegypti se adaptou perfeitamente ao ambiente urbano por preferir criadouros artificiais com água limpa e parada, comuns em cidades. Sua capacidade de se reproduzir rapidamente, resistência dos ovos e preferência por sangue humano contribuem para seu sucesso em áreas urbanas densamente povoadas.
3. Por que há menos casos de dengue em zonas rurais? A incidência de dengue é menor em áreas rurais porque o Aedes aegypti é essencialmente um mosquito urbano. Zonas rurais oferecem menos criadouros artificiais, têm menor densidade populacional e mais predadores naturais, tornando o ambiente menos propício para a proliferação do mosquito.
4. Quais são os ambientes preferidos pelo mosquito da dengue? O mosquito da dengue prefere ambientes com água parada e limpa, como recipientes descobertos, pratos sob vasos de plantas, pneus velhos e qualquer objeto que possa acumular água da chuva. Em áreas urbanas, também são atraídos por grandes reservatórios de água como caixas d’água e cisternas mal vedadas.
5. Como o clima urbano influencia a proliferação do Aedes aegypti? O clima urbano, caracterizado pelo efeito ilha de calor, favorece a proliferação do Aedes aegypti. Temperaturas mais elevadas nas cidades aceleram o ciclo reprodutivo do mosquito, aumentam a sobrevivência dos ovos e estendem o período de atividade do vetor. Além disso, os padrões de chuva urbanos criam mais oportunidades para formação de criadouros.
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