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Como é o Veneno dos Escorpiões? Da Toxina à Descoberta de Novos Medicamentos

Explore como é o veneno dos escorpiões e seus efeitos no organismo. Conheça os diferentes tipos de toxinas e aprenda sobre prevenção. Informações completas aqui!

Como é o Veneno dos Escorpiões

Você sabia que uma única gota de veneno de escorpião pode ser mais letal que o veneno de uma cobra?

Quando pensamos em criaturas perigosas, os escorpiões frequentemente ficam em segundo plano. Mas a verdade é que essas pequenas criaturas aracnídeas carregam consigo uma das armas biológicas mais sofisticadas da natureza.

O veneno dos escorpiões não é apenas uma substância tóxica é um coquetel molecular complexo que pode paralisar, causar dor excruciante e, em casos extremos, levar à morte em questão de horas. Mas como exatamente funciona essa substância misteriosa? Por que alguns escorpiões são mais perigosos que outros? E o que acontece no corpo humano quando somos picados?

Se você já se perguntou sobre os segredos por trás dessa arma natural, prepare-se para uma jornada fascinante pelo mundo microscópico do veneno dos escorpiões. O que você descobrirá pode surpreendê-lo e talvez até salvá-lo um dia.

O veneno dos escorpiões é uma fascinante mistura bioquímica que representa milhões de anos de evolução aperfeiçoada. Composto por uma complexa combinação de proteínas, peptídeos e enzimas, este líquido transparente ou levemente amarelado funciona como uma arma letal microscópica, capaz de paralisar presas muito maiores que o próprio escorpião. Quando injetado através do ferrão, o veneno atua diretamente no sistema nervoso da vítima, bloqueando canais de sódio e potássio, o que resulta em dor intensa, paralisia muscular e, em casos extremos, pode afetar o sistema cardiovascular.

Curiosamente, nem todos os escorpiões possuem veneno mortal para humanos das mais de 2.000 espécies conhecidas, apenas cerca de 30 representam perigo real. A intensidade e composição do veneno variam drasticamente entre as espécies, sendo que algumas desenvolveram toxinas tão específicas que podem distinguir entre diferentes tipos de presas, demonstrando a incrível precisão da natureza em criar estas “fórmulas químicas” personalizadas para a sobrevivência.

Você sabia que o veneno dos escorpiões é considerado um dos líquidos mais valiosos do mundo? Uma única gota do veneno do escorpião amarelo da Palestina pode custar aproximadamente US$ 130, e um galão completo chegaria ao valor astronômico de US$ 39 milhões. Essa substância tão preciosa está se tornando cada vez mais relevante no Brasil, onde nos últimos 10 anos houve um aumento alarmante de 149,3% nas notificações de acidentes por escorpiões.

Como é o veneno dos escorpiões? Em primeiro lugar, precisamos entender que todos os escorpiões são venenosos e possuem uma picada extremamente dolorosa. Esse veneno fica armazenado na cauda do animal e, quando ocorre um ataque, a toxina é injetada diretamente na corrente sanguínea da vítima. No entanto, seus efeitos podem variar de brandos a potencialmente letais, especialmente para crianças e idosos, que são mais vulneráveis aos seus componentes tóxicos. De fato, a situação é tão preocupante que, em 2021, o estado de São Paulo registrou pela primeira vez a maior taxa de acidentes do país, com 33.813 casos.

Neste artigo, vamos explorar a composição desse veneno fascinante, como ele age no organismo humano, e por que, apesar de seu perigo, ele pode ser uma fonte valiosa para o desenvolvimento de novos medicamentos. Além disso, discutiremos os fatores que contribuem para o aumento dos acidentes com escorpiões no Brasil, onde o clima úmido e quente cria condições ideais para a proliferação desses aracnídeos.

Composição Bioquímica do Veneno de Escorpiões

 

O veneno dos escorpiões é uma mistura complexa de compostos bioquímicos, produzida por duas glândulas localizadas no telson, último segmento da cauda desses aracnídeos. Esse arsenal bioquímico contém principalmente muco, sais inorgânicos, moléculas orgânicas de baixa massa molecular, peptídeos neurotóxicos e proteínas.

Analisando sua composição, identificamos que os peptídeos neurotóxicos representam os componentes mais estudados. Estes peptídeos contêm entre 30 e 70 resíduos de aminoácidos em suas sequências, estabilizados por quatro ou cinco pontes dissulfeto. Essas neurotoxinas são classificadas em quatro grandes categorias, de acordo com sua afinidade por canais iônicos específicos:

  1. Toxinas que atuam nos canais de sódio: com 60 a 76 resíduos de aminoácidos e quatro pontes dissulfeto, divididas em alfa e beta-neurotoxinas
  2. Toxinas com afinidade pelos canais de potássio: apresentando 29 a 41 resíduos de aminoácidos e três a quatro pontes dissulfeto
  3. Toxinas que se ligam aos canais de cloreto: peptídeos de cadeia curta com até 40 resíduos e quatro pontes dissulfeto
  4. Toxinas que afetam canais de cálcio: com número variado de peptídeos de cadeias longas e curtas

Além das neurotoxinas, o veneno contém enzimas importantes que potencializam seus efeitos. A hialuronidase (51 kDa) atua como fator de espraiamento, facilitando a difusão das toxinas pelos tecidos. Também foram identificadas proteases, como a metaloprotease antarease no veneno do Tityus serrulatus, capaz de interferir no tráfego de vesículas intracelulares.

Curiosamente, análises proteômicas recentes descobriram a enzima ACE no veneno do escorpião-marrom (Tityus bahiensis), nunca antes encontrada em escorpiões. Em mamíferos, essa enzima regula a pressão arterial, o que pode explicar as alterações de pressão observadas em envenenamentos.

Os perfis proteicos variam entre espécies, como demonstrado por análises em SDS-PAGE que revelaram bandas proteicas entre 10-70 kDa. No veneno do Tityus uruguayensis, por exemplo, foram detectadas 10 bandas variando de 18-70 kDa.

Dessa forma, essa complexa composição bioquímica explica tanto os efeitos neurotóxicos quanto os inflamatórios observados nos envenenamentos por escorpiões.

Como o Veneno Atua no Organismo Humano

 

Quando ocorre uma picada de escorpião, o veneno é imediatamente injetado na pele através do ferrão (télson) e rapidamente atinge a corrente sanguínea. Inicialmente, este veneno age sobre o sistema nervoso, interferindo principalmente nos canais de sódio, causando uma despolarização das terminações nervosas. Este processo bioquímico desencadeia a liberação de neurotransmissores, principalmente acetilcolina, adrenalina e noradrenalina.

O efeito local é quase instantâneo e caracteriza-se por dor intensa, frequentemente descrita como uma sensação de queimação ou agulhada, que pode irradiar-se para todo o membro afetado. A dor é geralmente acompanhada de vermelhidão, formigamento e suor localizado.

No entanto, em casos mais graves, particularmente em crianças menores de 10 anos, o veneno desencadeia uma resposta sistêmica. Após um intervalo que varia de minutos até poucas horas, surgem sintomas como sudorese profusa, agitação psicomotora, tremores, náuseas e vômitos. O aparecimento precoce de vômitos é considerado um sinal premonitório de gravidade.

As crianças são mais vulneráveis aos efeitos graves do veneno porque possuem um organismo menor, fazendo com que o veneno circule mais rapidamente pelo corpo. Além disso, o coração infantil é mais sensível às toxinas, o que facilita o desenvolvimento de arritmias que podem evoluir para paradas cardiorrespiratórias.

O mecanismo de ação do veneno afeta principalmente o sistema cardiovascular. Conforme circula, o veneno ativa a ação dos nervos ao redor do coração, acelerando os batimentos cardíacos e, simultaneamente, diminuindo a oferta de oxigênio no órgão. Este descompasso pode evoluir para arritmias, insuficiência cardíaca, edema pulmonar agudo e choque.

A gravidade do envenenamento está diretamente relacionada à quantidade de veneno injetada, à espécie do escorpião e à sensibilidade individual da vítima. Os casos leves, que representam aproximadamente 87% dos acidentes, não requerem a aplicação de soro antiescorpiônico. Todavia, nos casos moderados e graves, caracterizados por manifestações sistêmicas, o tratamento com soro específico deve ser administrado o mais rapidamente possível.

Potencial Terapêutico e Pesquisas com o Veneno

 

A mesma complexidade que torna o veneno dos escorpiões perigoso para humanos é o que o transforma em fonte promissora para o desenvolvimento de novos medicamentos. Atualmente, pesquisadores de todo o mundo estão investigando seu potencial terapêutico em várias condições médicas.

No tratamento de tumores cerebrais, cientistas do Centro Médico Cedars-Sinai desenvolveram uma técnica usando uma proteína do veneno de escorpião que permite visualizar tumores cerebrais malignos com maior precisão. O agente tozuleristide (BLZ-100), uma versão sintética de um aminoácido encontrado no veneno, conecta-se às células cancerígenas e emite fluorescência quando estimulado por laser, ajudando neurocirurgiões a identificar os limites entre o tumor e o tecido cerebral saudável. Esta técnica é particularmente valiosa para gliomas, que representam cerca de 33% de todos os tumores cerebrais.

Além disso, pesquisadores utilizaram a clorotoxina (CLTX), um componente do veneno do escorpião amarelo da Palestina, para direcionar células-T modificadas até células tumorais. Os testes demonstraram que essas células reconhecem e eliminam populações de células cancerígenas, ignorando as saudáveis.

No Brasil, cientistas da UFMG identificaram uma toxina no veneno do escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) capaz de penetrar no núcleo celular e conduzir medicamentos para combater células cancerígenas. A toxina CPP-Ts foi modificada para manter sua capacidade de comunicação com as células sem provocar contração celular.

Pesquisadores da USP também descobriram na toxina do escorpião amazônico Brotheas amazonicus uma molécula com ação contra células de câncer de mama comparável ao paclitaxel, um quimioterápico comum no tratamento da doença.

No Instituto Butantan, cientistas identificaram no veneno do escorpião-marrom (Tityus bahiensis) um peptídeo com atividade neuroprotetora, aumentando a quantidade de neurônios em cultura de células e em animais. O próximo passo será testá-lo em modelos animais de doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Huntington.

Recentemente, estudos revelaram que uma proteína do veneno escorpiônico pode eliminar sintomas da artrite reumatoide sem os efeitos tóxicos dos medicamentos atuais, demonstrando eficácia semelhante à dexametasona, mas sem efeitos colaterais detectáveis.

Conclusão

 

O veneno dos escorpiões representa, portanto, um paradoxo fascinante na natureza: enquanto causa dor e sofrimento através de suas potentes neurotoxinas, também oferece esperança no desenvolvimento de tratamentos revolucionários. Durante este artigo, exploramos a complexidade bioquímica dessas toxinas e como elas agem no organismo humano, causando desde dor intensa até complicações cardiorrespiratórias graves, principalmente em crianças.

Este conhecimento adquire importância ainda maior considerando o aumento alarmante de 149,3% nas notificações de acidentes por escorpiões no Brasil na última década. Certamente, a situação exige atenção redobrada das autoridades de saúde pública, especialmente nas regiões mais afetadas como São Paulo.

A ciência, no entanto, consegue transformar esta ameaça em oportunidade. As pesquisas apresentadas demonstram como componentes específicos deste veneno podem auxiliar no tratamento de tumores cerebrais, câncer de mama e até mesmo doenças neurodegenerativas. Os cientistas brasileiros participam ativamente desta fronteira científica, contribuindo com descobertas significativas sobre o potencial terapêutico destas toxinas.

Assim, os escorpiões nos ensinam uma lição valiosa sobre dualidade: a mesma substância que pode tirar vidas também pode salvá-las. Este fato explica porque seu veneno é tão valioso, chegando a custar US$ 130 por gota. À medida que as pesquisas avançam, podemos esperar desenvolvimentos ainda mais surpreendentes na utilização destas toxinas para benefício humano, transformando um perigo natural em aliado médico poderoso.

FAQs

Q1. Qual é a composição do veneno de escorpião? O veneno de escorpião é uma mistura complexa que contém principalmente muco, sais inorgânicos, moléculas orgânicas de baixa massa molecular, peptídeos neurotóxicos e proteínas. Os peptídeos neurotóxicos são os componentes mais estudados, atuando em diferentes canais iônicos.

Q2. Como o veneno de escorpião age no corpo humano? O veneno age rapidamente no sistema nervoso, interferindo nos canais de sódio e causando a liberação de neurotransmissores. Isso resulta em dor intensa local e, em casos graves, pode levar a efeitos sistêmicos como sudorese, tremores, náuseas e complicações cardiovasculares.

Q3. Por que as crianças são mais vulneráveis ao veneno de escorpião? As crianças são mais suscetíveis devido ao seu tamanho corporal menor, o que permite que o veneno circule mais rapidamente. Além disso, o coração infantil é mais sensível às toxinas, aumentando o risco de arritmias e outras complicações graves.

Q4. Quais são as aplicações terapêuticas potenciais do veneno de escorpião? Pesquisas têm revelado potenciais usos do veneno no tratamento de tumores cerebrais, câncer de mama, doenças neurodegenerativas e artrite reumatoide. Componentes específicos do veneno estão sendo estudados para desenvolver tratamentos mais eficazes e com menos efeitos colaterais.

Q5. Como é feito o tratamento para picadas de escorpião? O tratamento depende da gravidade do caso. Em casos leves, que representam a maioria, não é necessário soro antiescorpiônico. Para casos moderados e graves, com manifestações sistêmicas, o soro específico deve ser administrado o mais rápido possível por via intravenosa, com a dose variando conforme a gravidade dos sintomas.

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