Você sabia que os carrapatos de cachorro que você encontra no seu pet representam apenas 5% do total de parasitas presentes no ambiente? Na verdade, para cada 5 carrapatos visíveis no seu cão, existem aproximadamente 95 outros escondidos em frestas, roupas e locais de difícil acesso.
Além disso, esses parasitas são transmissores de doenças graves como erliquiose e babesiose, que podem causar febre, anemia grave e, se não tratadas, até mesmo levar à morte do animal. O ciclo de vida desses parasitas, que inclui as fases de ovo, larva, ninfa e adulto, permite que eles permaneçam sugando o sangue do seu cachorro por até 10 dias.
Por isso, saber como remover corretamente esses parasitas é fundamental para proteger a saúde do seu pet. Neste guia completo, vamos mostrar o passo a passo para eliminar carrapatos do seu cachorro de forma segura e eficaz, além das melhores estratégias de prevenção para manter seu amigo de quatro patas protegido.
Por Que os Carrapatos São Perigosos para Seu Cão
Os carrapatos não são apenas parasitas incômodos – eles representam uma ameaça real à saúde do seu cachorro. Esses pequenos aracnídeos se alimentam do sangue dos animais e, durante esse processo, podem transmitir diversos agentes patogênicos capazes de provocar doenças graves e potencialmente fatais.
Doenças transmitidas por carrapatos
O perigo mais significativo dos carrapatos está nas doenças que eles transmitem. O carrapato marrom (Rhipicephalus sanguineus), o mais comum em áreas urbanas, é responsável pela transmissão de várias doenças sérias quando pica o animal.
A erliquiose, também conhecida popularmente como “doença do carrapato”, é causada pela bactéria do gênero Ehrlichia, principalmente a Ehrlichia canis, que infecta os glóbulos brancos do seu pet. Essa infecção grave pode comprometer seriamente o sistema imunológico do animal se não for tratada adequadamente.
A babesiose é outra enfermidade preocupante, causada pelo protozoário Babesia canis, que ataca os glóbulos vermelhos do sangue do cachorro. Esta doença pode provocar anemia severa, icterícia e, em casos graves, insuficiência renal.
A anaplasmose, causada pela bactéria Anaplasma, também infecta os glóbulos brancos e causa sintomas como letargia, inapetência, vômitos, diarreia e distúrbios hemorrágicos.
Além dessas, outras doenças menos comuns mas igualmente perigosas incluem a doença de Lyme, transmitida pelo carrapato-estrela e causada pela bactéria Borrelia burgdorferi, e a febre maculosa, uma zoonose grave que também pode afetar humanos.
Vale ressaltar que um mesmo carrapato pode transmitir mais de uma doença simultaneamente, pois pode estar infectado por diversos agentes patogênicos.
Sinais de infestação por carrapatos
Identificar uma infestação de carrapatos precocemente é crucial para prevenir doenças. Os sinais mais comuns incluem:
- Presença visível de carrapatos na pele, especialmente em áreas como orelhas, entre os dedos, sob as axilas e ao redor do pescoço
- Coceira excessiva e comportamento de mordiscar ou lamber áreas específicas
- Irritação ou vermelhidão na pele nas áreas onde os carrapatos se fixaram
- Perda de pelo em determinadas regiões
- Desconforto evidente quando o animal tenta alcançar certas partes do corpo
Mesmo que você não consiga ver os carrapatos, preste atenção em mudanças comportamentais do seu cão, como aumento da irritabilidade ou desconforto inexplicado.
Impacto na saúde do seu pet
As doenças transmitidas por carrapatos atravessam diferentes fases e podem ter consequências graves para a saúde do seu cachorro.
Na fase aguda, aproximadamente 1 a 3 semanas após a infecção, o animal pode apresentar febre alta, apatia, perda de apetite, manchas vermelhas pelo corpo, sangramento nasal, vômitos e diarreia. Muitos tutores confundem esses sintomas com problemas digestivos simples, o que atrasa o diagnóstico adequado.
A fase subclínica, que pode durar anos, é particularmente traiçoeira porque o animal não apresenta sintomas visíveis, embora a doença continue progredindo silenciosamente. Nesse período, apenas exames de sangue conseguem detectar alterações.
Caso não seja tratada, a doença avança para a fase crônica, com sintomas muito mais intensos. Neste estágio, a infecção já compromete órgãos vitais e o sistema imunológico do animal.
Um dos principais impactos dessas doenças é a queda nas plaquetas e células sanguíneas, causando anemia, problemas de coagulação e hemorragias. Em casos graves, pode ocorrer aplasia de medula óssea, quando a medula para de produzir células sanguíneas, condição extremamente séria.
A doença do carrapato também pode comprometer rins e fígado, levando à insuficiência desses órgãos. No caso específico da babesiose, o animal pode desenvolver insuficiência renal e hepática aguda com altíssimo risco de morte.
Ademais, como o sistema imunológico fica enfraquecido, o cão torna-se mais suscetível a outras infecções oportunistas, agravando ainda mais seu quadro de saúde.
Portanto, a vigilância constante e as medidas preventivas são essenciais para proteger seu pet desses perigosos parasitas. No decorrer deste artigo, vou detalhar como identificar, remover e prevenir infestações de carrapatos, garantindo a saúde e bem-estar do seu melhor amigo.
Identificando Carrapatos em Diferentes Raças de Cães
Encontrar carrapatos em cães exige atenção aos detalhes e conhecimento sobre como esses parasitas se comportam em diferentes tipos de pelagem. Identificar precocemente esses invasores pode salvar seu pet de doenças graves e complicações de saúde.
Cães de pelo curto vs. pelo longo
A detecção de carrapatos varia significativamente conforme o tipo de pelagem do seu cachorro. Em cães de pelo curto, os carrapatos geralmente são mais fáceis de localizar visualmente, pois ficam mais expostos e o contraste entre o parasita e a pele do animal é mais evidente.
Por outro lado, em cães de pelagem longa, o desafio é consideravelmente maior. Os carrapatos podem se esconder facilmente entre os pelos densos, tornando a inspeção visual muito mais complexa. Como destacam especialistas, “a detecção visual dos carrapatos é mais difícil em cães com pelagem longa, já que os parasitas podem se esconder mais facilmente entre os pelos”.
Embora nenhuma raça seja naturalmente mais propensa a pegar carrapatos, o tipo de pelagem influencia diretamente na facilidade com que podemos encontrá-los. Para cães de pelo longo como Border Collies, Pastores Alemães ou Lulus da Pomerânia, recomendo separar cuidadosamente o pelo durante a inspeção, usando os dedos para sentir pequenos caroços ou irregularidades na pele.
Já para cães de pelagem curta como Boxers ou Pitbulls, além da inspeção visual, passar a mão no sentido contrário do crescimento do pelo pode revelar carrapatos que estejam começando a se fixar.
Vale ressaltar que o estilo de vida e os locais frequentados pelo cão têm mais influência na exposição aos carrapatos do que a raça em si. Cães que frequentam áreas rurais, acompanham seus tutores em trilhas ou têm contato com outros animais em creches para cães estão mais expostos a esses parasitas, independentemente do comprimento da pelagem.
Áreas do corpo mais propensas a carrapatos
Os carrapatos não se distribuem aleatoriamente pelo corpo do cão. Eles preferem regiões específicas onde a pele é mais fina e o acesso ao sangue é facilitado, além de áreas que o cachorro tem dificuldade para alcançar durante sua higiene natural.
As áreas mais comuns para encontrar carrapatos incluem:
- Base da cauda: Local quente e de fácil acesso para o carrapato
- Entre os dedos das patas: Espaços apertados e difíceis para o cachorro alcançar
- Atrás e dentro das orelhas: Região de pele fina, onde o carrapato se fixa facilmente
- Pescoço e ombros: Áreas onde o cachorro não consegue coçar ou lamber com facilidade
- Barriga: Parte quente e protegida, ideal para os carrapatos se esconderem
- Abaixo da coleira: O atrito constante cria um ambiente abafado que atrai os parasitas
Além dessas regiões, também é fundamental verificar as axilas e qualquer dobra de pele, especialmente em raças com pele mais frouxa como Shar-peis e Bulldogs.
Ao inspecionar seu cachorro, procure por pequenos pontos escuros na pele que podem ser facilmente confundidos com sujeira ou manchas. Os carrapatos não alimentados geralmente são planos e do tamanho de uma semente de gergelim, enquanto os alimentados ficam inchados e mais fáceis de identificar, podendo chegar ao tamanho de um feijão.
Uma dica importante: estabeleça uma rotina de verificação após passeios em áreas externas. Use uma luz forte e, se possível, um pente fino para facilitar a detecção, especialmente em cães de pelo longo. “O ideal é ir direto ao ponto, isto é, nos lugares certos, como atrás das orelhas e em áreas onde o pelo pode ficar mais abafado”.
Para cães mais agitados, divida a inspeção em partes, examinando uma área do corpo por vez, sempre com paciência e carinho. Lembre-se que os carrapatos podem estar em diferentes estágios de desenvolvimento (larva, ninfa ou adulto), cada um com um tamanho diferente, o que exige ainda mais atenção durante a verificação.
Quando realizada regularmente, essa inspeção minuciosa se torna mais rápida e eficiente, garantindo que você identifique e remova esses parasitas antes que causem danos à saúde do seu amigo de quatro patas.
Ferramentas Necessárias para Remover Carrapatos com Segurança
Para remover carrapatos de cachorro com segurança e eficácia, é fundamental contar com as ferramentas corretas. A improvisação pode levar a problemas sérios, como a quebra do parasita e permanência de partes dele na pele do seu pet, aumentando o risco de infecção e transmissão de doenças.
Pinças e ganchos especiais
Os instrumentos específicos para remoção de carrapatos são desenvolvidos para garantir a extração completa desses parasitas sem danificá-los. As opções mais comuns incluem:
- Pinças específicas para carrapatos: Feitas geralmente de aço inoxidável, possuem pontas finas que permitem agarrar o carrapato o mais próximo possível da pele do cachorro. As pinças curvas e pontiagudas são particularmente eficazes não apenas para remover carrapatos, mas também podem ajudar com espinhos e lascas que eventualmente se alojem na pele do seu pet.
- Ganchos removedores de carrapatos: Estes instrumentos têm formato de gancho com uma fenda onde o carrapato é encaixado, permitindo sua remoção com um movimento de alavanca. São muito eficientes para evitar a compressão do corpo do parasita.
- Kits completos de remoção: Existem conjuntos que incluem diversos instrumentos, como pinças de diferentes tamanhos, ganchos e até mesmo lupas para facilitar a visualização, especialmente úteis em cães de pelo escuro ou longo.
Alguns kits mais sofisticados disponíveis no mercado incluem até 7 peças diferentes, com ferramentas específicas para cada situação. O investimento em ferramentas de qualidade vale a pena, pois instrumentos improvisados ou muito afiados podem partir o corpo do parasita, deixando suas presas presas à pele do animal.
É importante evitar pinças muito afiadas que possam repartir o corpo do parasita. Pequenos fórceps ou tesouras sem ponta, conforme recomendado por especialistas veterinários, são alternativas seguras para a remoção.
Luvas de proteção
O uso de luvas descartáveis é indispensável durante o processo de remoção de carrapatos. Esta proteção serve para dois propósitos essenciais:
- Proteção para o tutor: As luvas previnem o contato direto com o carrapato, reduzindo o risco de transmissão de doenças zoonóticas (que passam dos animais para os humanos).
- Proteção para o animal: Diminuem o risco de contaminar a ferida deixada após a remoção do parasita.
Antes de iniciar o procedimento de remoção, coloque as luvas descartáveis e organize todas as ferramentas necessárias em uma superfície limpa e bem iluminada. Esta preparação prévia facilita o processo e reduz o estresse tanto para você quanto para seu cachorro.
Desinfetantes recomendados
Após a remoção do carrapato, a desinfecção adequada da área afetada é crucial para prevenir infecções secundárias. Os produtos mais indicados incluem:
- Antissépticos específicos para pets: Existem soluções desenvolvidas especialmente para uso veterinário, que são seguras mesmo se o animal lamber a área tratada.
- Desinfetante Líquido Ufenol: Este produto é particularmente eficaz contra pulgas, carrapatos e moscas. Sua fórmula contém cresóis e fenóis que, combinados com hidrocarbonetos aromáticos, formam uma solução miscível altamente eficiente contra diversos micro-organismos.
Para utilizar o Ufenol como solução para banho em animais infestados, a proporção recomendada é de duas gotas para cada litro de água. Além disso, o produto pode ser usado para pulverizar áreas frequentadas pelo animal, como canis e locais de descanso, funcionando como repelente.
Importante: o Ufenol é tóxico e requer cuidados especiais no manuseio. Evite a ingestão, inalação ou contato direto com pele, olhos e mucosas. Em caso de acidente, lave a área afetada abundantemente com água e procure orientação médica imediatamente. Mantenha sempre fora do alcance de crianças e dos próprios animais.
Também é recomendável ter à mão um pequeno recipiente para guardar o carrapato removido, preferencialmente com álcool, caso seja necessário levá-lo ao veterinário para identificação ou análise, especialmente se o animal apresentar qualquer sintoma anormal nos dias seguintes.
A combinação dessas ferramentas e produtos, quando usados corretamente, minimiza os riscos associados à remoção de carrapatos e contribui significativamente para a proteção da saúde do seu pet. No próximo tópico, veremos como utilizar essas ferramentas no passo a passo para remoção segura dos carrapatos.
Como Tirar Carrapatos de Cachorro: Técnica Passo a Passo
A remoção segura de carrapatos do seu animal requer técnica e precisão. Quando feita incorretamente, partes do parasita podem permanecer presas na pele do cachorro, causando irritação prolongada e aumentando o risco de transmissão de doenças. Vamos ao passo a passo detalhado para enfrentar esse problema com eficiência.
Preparação do ambiente e do cão
Primeiramente, escolha um local bem iluminado e tranquilo para realizar o procedimento. A boa visibilidade é essencial para enxergar até mesmo os carrapatos menores e mais escondidos. Além disso, um ambiente calmo ajuda a manter seu pet relaxado durante o processo.
Em seguida, tenha todos os materiais necessários ao seu alcance: pinça específica ou fórceps, luvas descartáveis, desinfetante apropriado para pets e um recipiente com álcool para descartar o parasita após a remoção.
Antes de iniciar, coloque as luvas descartáveis para evitar contato direto com o carrapato, reduzindo o risco de infecção tanto para você quanto para seu cachorro. Se seu cão estiver agitado, peça ajuda a outra pessoa para segurá-lo com delicadeza, fazendo carinho para mantê-lo tranquilo durante o procedimento.
Posicionamento correto da pinça
O posicionamento da pinça é fundamental para uma remoção bem-sucedida. Segure o instrumento com firmeza e aproxime-o ao máximo da pele do seu cachorro, pegando o carrapato pela cabeça ou aparelho bucal, nunca pelo corpo.
A pinça deve ser colocada o mais perto possível da pele, ao redor do carrapato, garantindo que você consiga pegar toda a estrutura do parasita. Isto é crucial porque se o instrumento for posicionado apenas no corpo do carrapato, há grande risco de que as “garras” ou partes da boca do parasita permaneçam presas à pele do animal.
Tenha cuidado para não pinçar a pele do cachorro junto com o carrapato, o que causaria dor desnecessária. Se estiver usando uma pinça específica para carrapatos, siga as instruções do fabricante para posicionar o parasita na fenda do acessório.
Movimento de remoção adequado
O movimento correto para remover o carrapato é decisivo para evitar complicações. Siga estes passos:
- Com a pinça posicionada bem próxima à pele, faça um movimento de tração constante, firme e para cima
- Puxe em linha reta, com um gesto único, rápido e preciso
- Evite torcer, girar ou fazer movimentos bruscos durante a remoção
- Mantenha uma pressão leve e constante até que o carrapato se solte completamente
É fundamental não apertar ou esmagar o corpo do carrapato durante a remoção, pois isso pode fazer com que ele regurgite seu conteúdo na corrente sanguínea do animal, aumentando o risco de transmissão de doenças.
O que fazer após a remoção
Após remover o carrapato com sucesso, inspecione cuidadosamente se não ficou nenhum fragmento na pele do seu cachorro. Se alguma parte do parasita permanecer, tente retirá-la delicadamente com a pinça. No entanto, se estiver muito profunda, é melhor consultar um veterinário.
Em seguida, limpe e desinfete a área da mordida com um antisséptico apropriado para pets. Produtos à base de clorexidina ou antissépticos específicos para uso veterinário são os mais indicados.
Não descarte o carrapato diretamente no lixo, pois ele pode sobreviver e infestar outros ambientes. Coloque-o em um recipiente com álcool ou água fervente para matá-lo. Em alguns casos, pode ser útil guardá-lo em um recipiente fechado para análise veterinária, especialmente se seu cão apresentar sintomas de doença nas semanas seguintes.
Por fim, monitore a área da mordida nos dias seguintes, observando sinais de infecção como vermelhidão, inchaço ou secreção. Fique atento também a alterações no comportamento do cachorro, como febre, apatia ou perda de apetite, que podem indicar uma possível infecção por doenças transmitidas pelo carrapato.
Erros Comuns ao Remover Carrapatos e Como Evitá-los
Muitos tutores, ao perceberem carrapatos em seus cães, cometem erros que podem agravar a situação em vez de resolvê-la. Esses equívocos durante a remoção não apenas prejudicam a eficácia do procedimento, mas também aumentam significativamente o risco de transmissão de doenças. Portanto, conhecer os erros mais comuns é tão importante quanto saber a técnica correta.
Puxar com força excessiva
Ao encontrar um carrapato no seu cachorro, o impulso natural é removê-lo rapidamente com um puxão forte. No entanto, essa abordagem apressada frequentemente resulta em problemas. Quando puxamos com força excessiva, corremos o risco de romper o carrapato, deixando partes da boca (aparelho bucal) presas à pele do animal.
Essas “garras” que permanecem no cachorro podem prolongar a irritação local, causando coceira persistente e, em alguns casos, até feridas mais graves. Além disso, os fragmentos do parasita podem continuar a transmitir patógenos mesmo após a remoção parcial.
Para evitar esse problema, a remoção deve ser feita com um movimento lento, firme e constante, puxando diretamente para longe da pele. Use uma pinça de ponta fina para segurar o carrapato o mais próximo possível da pele do seu cachorro e aplique uma pressão leve e constante até que ele se solte completamente.
Torcer o carrapato
Outro erro frequente é torcer ou girar o carrapato durante a remoção. Muitos tutores acreditam que isso facilita a extração, mas essa técnica é particularmente prejudicial. Ao torcer o parasita, aumentamos significativamente as chances de que partes da boca fiquem presas na pele do animal.
De acordo com especialistas, o movimento de torção pode quebrar o aparelho bucal do carrapato, deixando fragmentos que continuam a causar irritação e infecção. A recomendação clara dos veterinários é manter um movimento único e constante, sem rotações ou torções.
O fórceps ou pinça deve ser puxado lenta e firmemente, sempre em linha reta e para longe da pele, sem qualquer movimento de torção. Esta técnica maximiza as chances de remover o carrapato inteiro, incluindo todas as partes da sua boca.
Esmagar o corpo do parasita
Possivelmente o erro mais perigoso – e infelizmente comum – é esmagar o carrapato durante ou após a remoção. Muitos tutores, na ânsia de eliminar rapidamente o parasita, acabam apertando-o com força, seja com a pinça durante a extração ou com os dedos após removê-lo.
Essa prática é extremamente arriscada, pois quando esmagamos um carrapato, ele pode liberar mais saliva e regurgitar o conteúdo do seu estômago na corrente sanguínea do animal. Este material regurgitado está frequentemente carregado de bactérias e outros patógenos, aumentando drasticamente o risco de transmissão de doenças como erliquiose e babesiose.
Especialistas alertam que métodos tradicionais e populares, como o uso de vaselina, esmalte de unha, fósforo quente ou álcool para forçar o carrapato a se soltar, também devem ser evitados. Essas técnicas podem fazer o parasita regurgitar, elevando o risco de infecção.
Após a remoção, nunca esmague o carrapato com as unhas, pois isso pode liberar patógenos potencialmente perigosos. O método seguro é colocar o parasita em um recipiente com álcool ou água sanitária para matá-lo, ou descartá-lo no vaso sanitário. No caso de carrapatos fêmeas (geralmente maiores), o cuidado deve ser redobrado, pois ao serem esmagadas podem espalhar ovos no ambiente, agravando a infestação.
Remédio para Carrapatos de Cachorro: Opções Eficazes
A prevenção contra carrapatos é tão importante quanto a remoção deles. Existem no mercado diversas opções de medicamentos e produtos que oferecem proteção eficaz contra esses parasitas. Vamos conhecer as alternativas mais eficientes para manter seu cachorro protegido.
Medicamentos orais
Os comprimidos antiparasitários representam uma das soluções mais convenientes e eficazes disponíveis atualmente. O Bravecto, por exemplo, é um medicamento que oferece proteção por até 12 semanas contra carrapatos. Ele começa a agir em menos de duas horas após a administração e elimina 100% dos carrapatos em até 12 horas.
Outras opções incluem o NexGard, que oferece proteção mensal e elimina 100% das pulgas em até 8 horas, e o Simparic, eficaz contra 11 espécies de carrapatos por até 35 dias. Esses medicamentos são geralmente palatáveis, facilitando a administração.
Pipetas e soluções tópicas
As soluções tópicas tipo “spot on” são aplicadas diretamente na pele do animal, entre as escápulas, na base do pescoço. O Defend Pro, composto por fipronil e piriproxifen, proporciona proteção contra carrapatos por até 5 semanas.
O Ectocid contém fipronil a 13% e oferece resultados rápidos e duradouros contra Rhipicephalus sanguineus. Já o Trattopril possui fipronil a 10% em sua composição e, para cães acima de 40kg, recomenda-se uma pipeta de 4,02ml, com aplicação a cada 28 dias para o tratamento de carrapatos.
Coleiras antiparasitárias
As coleiras são soluções práticas que liberam gradualmente substâncias que eliminam ou repelem os parasitas. A coleira Seresto oferece até 8 meses de proteção contínua contra pulgas, carrapatos e piolhos, utilizando imidaclopride e flumetrina como princípios ativos.
A coleira Scalibor contém deltametrina e é particularmente eficaz na prevenção da leishmaniose. Para cães com pele sensível, existem opções de coleiras naturais feitas com ingredientes como margosa, geraniol ou lavanda.
Shampoos especiais
Os shampoos antiparasitários são complementos úteis no controle de infestações. O Actio Shampoo é desenvolvido com ingredientes naturais que ajudam a controlar infestações de carrapatos e pulgas, além de manter a pelagem saudável e nutrir a pele.
O Shampoo Antiparasitário Dug’s World contém permetrina em sua formulação, que combate pulgas e carrapatos. A aplicação recomendada é massagear até obter espuma, deixar agir por dez minutos e enxaguar com água morna.
Outro produto disponível é o Shampoo Pulgoff C, à base de carbarilla e permetrina, que além de controlar carrapatos, oferece substâncias que evitam o ressecamento da pele.
Para resultados mais eficazes no combate aos carrapatos, especialistas recomendam uma abordagem integrada, combinando diferentes métodos de tratamento e prevenção, sempre com orientação veterinária.
Como Eliminar Carrapatos do Ambiente Doméstico
O combate completo aos carrapatos vai muito além de tratar apenas o seu cachorro. Quando encontramos carrapatos em um pet, esses parasitas representam apenas 5% do total presente no ambiente. Se seu cão está com cinco carrapatos, provavelmente existem outros 95 escondidos pela casa!
Limpeza de áreas internas
Para eliminar carrapatos das áreas internas, comece com uma faxina completa. Esses parasitas se escondem em sofás, poltronas, cortinas, tapetes e especialmente nos locais onde o cachorro passa mais tempo. Realize estes procedimentos:
- Lave roupas, tapetes, toalhas e lençóis com água quente (1 hora na secadora em temperatura alta elimina os carrapatos)
- Use aspirador de pó diariamente, passando em todos os cantos dos móveis e frestas
- Preste atenção especial à parte traseira dos móveis e caminhas do pet
- Pulverize produtos carrapaticidas nas paredes até uma altura de 1,5 a 2 metros, focando nas frestas
Lembre-se de retirar todos os animais do ambiente durante a aplicação de produtos químicos e só permitir o retorno após a completa secagem.
Tratamento do quintal e jardim
O quintal e jardim são áreas críticas, pois representam os principais focos de infestação. Carrapatos vivem no capim, frestas de muros e áreas com vegetação alta. Adote estas medidas:
Mantenha a grama baixa e bem aparada Remova folhas secas, entulhos e montes de terra Evite acúmulo excessivo de água durante a rega Considere plantar espécies repelentes como citronela, alecrim e hortelã
Em casos de infestação grave, a dedetização profissional é recomendada. Nesse caso, mantenha seu pet afastado da área por pelo menos 24 horas e lave bem o local antes de liberar o acesso novamente.
Produtos recomendados para desinfecção
Diversos produtos podem ajudar no controle dos carrapatos no ambiente:
Produtos comerciais: Existem carrapaticidas específicos para ambientes que eliminam os parasitas sem prejudicar cães e humanos. Sprays e aerossóis oferecem proteção por até seis meses.
Alternativas naturais: Vinagre de maçã misturado com água e bicarbonato de sódio em um borrifador funciona como uma opção caseira. O limão fervido com água também repele carrapatos devido ao seu odor forte.
Óleos essenciais: Uma combinação de óleos essenciais de canela, cedro, alecrim e menta diluídos em água pode funcionar como repelente natural.
Independentemente do método escolhido, a consistência é fundamental. Mantenha uma rotina regular de limpeza e tratamento do ambiente para quebrar o ciclo de vida dos carrapatos e proteger seu pet.
Prevenção de Carrapatos: Estratégias de Longo Prazo
Manter seu cachorro livre de carrapatos a longo prazo requer uma estratégia integrada e consistente. Não basta apenas remover os parasitas quando aparecem; é necessário um trabalho preventivo constante que envolve cuidados com o animal e o ambiente.
Inspeções regulares no pelo do cão
A inspeção frequente do pelo do seu cachorro é a primeira linha de defesa contra infestações. Transforme este momento em uma oportunidade para afagos e carinhos, fortalecendo os laços afetivos enquanto protege a saúde do seu amigo. Durante o verão, quando os carrapatos estão mais ativos, intensifique as verificações para duas vezes por semana.
Preste atenção especial às áreas quentes como orelhas, patas, pescoço e região ao redor dos olhos. Após passeios em áreas externas, faça uma inspeção imediata, pois a detecção precoce é crucial para evitar que os carrapatos se fixem e transmitam doenças.
Manutenção adequada do ambiente
O controle do ambiente é fundamental, já que os carrapatos passam boa parte do ciclo de vida fora do animal. Mantenha seu quintal com a grama baixa e bem aparada, eliminando folhas secas e vegetação densa onde os carrapatos se escondem. Áreas sombreadas merecem atenção especial, pois concentram maior quantidade desses parasitas.
Dentro de casa, a aspiração regular, lavagem frequente de caminhas e brinquedos do pet são essenciais. O professor Paulo esclarece que “um dos principais elementos para combater os carrapatos é eliminar os abrigos deles. Com a grama aparada eles ficam mais expostos a predadores naturais como aves e também à ação do Sol.”
Redobre os cuidados durante primavera e verão, períodos de maior proliferação. No entanto, não descuide no inverno, principalmente em regiões de clima mais ameno.
Consultas veterinárias preventivas
O CRMV-GO destaca que consultas veterinárias regulares são fundamentais não apenas para tratar, mas principalmente para prevenir infestações. “A profilaxia, ou prevenção, é sempre a melhor estratégia para lidar com esses parasitas”, orienta o Conselho.
Durante as consultas, o veterinário pode recomendar o uso preventivo de coleiras repelentes, produtos orais ou tópicos específicos para seu animal. Um erro comum que compromete a eficácia do tratamento é interrompê-lo assim que os sintomas desaparecem. Para garantir proteção completa, siga rigorosamente o tempo de tratamento recomendado pelo profissional.
O CRMV-GO ressalta ainda que “a prevenção, controle e combate de parasitas em animais não é apenas uma questão de bem-estar animal, mas também de saúde pública”, evidenciando a importância de manter seu pet protegido não apenas por ele, mas por toda a família.
Conclusão
Portanto, proteger seu cachorro contra carrapatos exige uma abordagem completa e consistente. Certamente, a combinação de inspeções regulares, uso correto de medicamentos preventivos e manutenção adequada do ambiente forma a base de uma estratégia eficaz contra esses parasitas.
A remoção segura de carrapatos, quando necessária, deve seguir as técnicas corretas apresentadas neste guia, sempre utilizando as ferramentas apropriadas e evitando métodos caseiros prejudiciais. Além disso, manter seu quintal limpo, a grama aparada e realizar tratamentos preventivos regulares reduz significativamente o risco de infestações.
Lembre-se que cada carrapato visível no seu pet representa apenas uma pequena fração do problema total. Por isso, estabeleça uma rotina regular de cuidados, incluindo visitas ao veterinário para acompanhamento e ajuste das estratégias de prevenção conforme necessário.
Finalmente, mantenha-se vigilante aos sinais de infestação e possíveis sintomas de doenças transmitidas por carrapatos. Agindo preventivamente e tomando as medidas adequadas quando necessário, você garante não apenas o bem-estar do seu melhor amigo, mas também a saúde de toda sua família.
FAQs
1. Como remover carrapatos de cães corretamente? Use uma pinça específica para carrapatos, posicionando-a o mais próximo possível da pele do animal. Puxe com um movimento firme e constante, sem torcer ou esmagar o parasita. Após a remoção, desinfete a área com um antisséptico apropriado para pets.
2. Quais são os sinais de infestação por carrapatos em cães? Os sinais incluem coceira excessiva, irritação na pele, pequenos pontos escuros visíveis (especialmente em áreas como orelhas e entre os dedos), perda de pelo em certas regiões e desconforto evidente do animal ao tentar alcançar partes específicas do corpo.
3. Quais são as opções eficazes de tratamento contra carrapatos para cães? Existem várias opções, incluindo medicamentos orais como Bravecto e NexGard, pipetas e soluções tópicas como Defend Pro, coleiras antiparasitárias como Seresto, e shampoos especiais. A escolha do tratamento deve ser feita com orientação veterinária.
Q4. Como prevenir infestações de carrapatos no ambiente doméstico? Mantenha a grama do quintal baixa, aspire regularmente a casa, lave roupas de cama do pet com água quente, use produtos carrapaticidas nas áreas internas e externas, e considere plantar espécies repelentes como citronela no jardim.
5. Por que é importante remover carrapatos rapidamente dos cães? A remoção rápida é crucial porque os carrapatos podem transmitir doenças graves como erliquiose e babesiose. Quanto mais tempo o carrapato permanecer fixado, maior o risco de transmissão de patógenos que podem comprometer seriamente a saúde do animal.
Fique por dentro de todas as novidades! Siga-nos no Instagram – Twitter – Facebook para conteúdos exclusivos e atualizações em tempo real!
